sexta-feira, 30 de junho de 2017

Não se prenda a futilidades


O mundo não é mais o mesmo, definitivamente.  As inovações tecnológicas estão aí para comprovar tal fato.  O acesso à informação é cada vez mais rápido e a disseminação de novos hábitos e posturas se impõem de modo vertiginoso. Em meio a essa revolução nos costumes, a individualidade humana é colocada em xeque: estamos dando relevância às futilidades quando na verdade deveríamos nos preocupar com temas verdadeiramente importantes?
Os dicionários fazem a correlação do termo futilidade com algo que é inútil.  Se referem especificamente a pessoas que não conseguem se dedicar e aprofundar-se no que quer que seja.  Isto é,  começam uma tarefa e quando esta não lhe mais satisfazem aos seus caprichos simplesmente a encerram, sem mais nem menos.  Esse comportamento simplista e reducionista tem muitas implicações em nosso cotidiano. Um sujeito fútil não consegue ser prático e resolver questões básicas da sua vida como controlar o orçamento doméstico ou até mesmo chegar no horário ante seus compromissos.  Ao invés disso, prefere dedicar tempo e dinheiro à beleza física e os consequentes comentários que as outras pessoas poderão vir a fazer a respeito.  Não que cuidar da aparência seja algo ruim, pelo contrário,  mas quando há um exagero isso acaba interferindo no jeito de ser e nos relacionamentos interpessoais.
Sentimentos como amor, carinho e companheirismo são deixados de lado muitas vezes em nome de uma vaidade desmedida que preconiza o culto ao corpo e aos valores da sociedade contemporânea.  A ostentação patrocinada pelos veículos midiáticos só reforça esse monumento à superficialidade.

Quando escolher entre uma roupa de grife ou pagar uma conta atrasada se torna um dilema para um indivíduo temos aí uma flagrante instabilidade que tem sua origem na necessidade descabida de satisfação do próprio ego em detrimento do equilíbrio considerado normal.  Preocupante!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

O poder desmedido do ciúme



         Qualquer início de um relacionamento amoroso é uma maravilha. A paquera, a troca de olhares, o primeiro beijo, o rubor nas faces, o friozinho na barriga, enfim, é tudo motivo de novidade e encantamento. Salvo raras exceções as partes envolvidas buscam, no início, escamotear o próprio comportamento a fim de mostrar aquilo que não são para justamente agradar o outro. Essa é uma tendência comum e, por vezes, perigosa, pois pode esconder o que de fato as pessoas são e  quão obsessivas e possessivas elas podem vir a se tornar.


       O ciúme é um sentimento absolutamente normal e tem sua vertente positiva. Pode ser o chamado "tempero da relação" desde que seja bem trabalhado pelo casal. Já quando a situação descamba para a grosseria, falta de respeito e agressões verbais e físicas chega-se a um estágio que atinge a patologia e que se não diagnosticada a tempo (o ciumento quase nunca se dá conta que é ciumento) pode resultar até mesmo em tragédias anunciadas.
        É fundamental salientar que a pessoa que tem o ciúme possessivo considera-se proprietária do outro mesmo que este contexto não esteja claro para ela. Ao tratar seu companheiro(a) desta forma acaba objetificando o parceiro(a) através de cobranças, críticas infundadas e controle desmedidos. Pequenas coisas e ações do dia a dia como cumprimentar um conhecido do sexo oposto ou simplesmente virar o rosto para o lado em um local público já se tornam subsídios suficientes  para o ciumento alimentar sua obsessividade.
      A ausência do diálogo é outro fator que contribui para o surgimento e desenvolvimento deste sentimento. Quando o casal não senta para conversar e "aparar as arestas" sempre vai ficar algo "solto" que precisará ser resolvido mais cedo ou mais tarde. Esses fatores geram um terreno fértil para a presença da insegurança, do medo e do consequente sentimento de posse que fortalece o comportamento agressivo dos ciumentos mórbidos. Quando não se conversa abre-se espaço para as pequenas "guerrinhas" do cotidiano que só desgastam a relação.
       Desse modo, é importante esclarecer que ninguém é dono de ninguém. Se o outro está com você é porque gosta da sua presença e também porque nutre admiração por você, afinal, quem vai escolher ficar ao lado de quem não lhe agrada, não é mesmo? Cenários como brigas, insatisfação e demais conflitos são construídos durante o relacionamento por pura falta de sensatez, sensibilidade e educação das partes envolvidas. Amor também é confiar e não tratar o outro como objeto.  

Amizade:  um sentimento em extinção? A amizade é um dos sentimentos mais nobres que a humanidade já produziu. Desde os primórdios o...